Hoje vamos comentar sobre este achado, não raro, em nossos pacientes.
Quem me acompanha sabe o quanto gosto de nomear um achado da forma mais específica possível, e isso se reflete também sobre este caso.
o paciente
O paciente é um canino, poodle, de seis anos de idade. O histórico era de vômitos esporádicos e hiporexia. Durante a varredura abdominal não foram observadas alterações gastrointestinais. A avliação de adrenais não demonstrou alterações de morfologia e tamanho, porém havia indefinição de camadas, o que já sugere alguma adrenopata difusa. Sabemos que é comum em pacientes com adrenopatias, que hajam reflexos em vesícula biliar, como colecistites e até mesmo mucocele de vesícula biliar,
a varredura
A varredura de vesícula biliar logo demonstrou a litíase, e não era das menores não. Clássica! Daquelas formadoras de sombra acústica e tudo mais! Além da pedrinha em sí, é opssível observar alguns pontos hiperecóicos flutuantes, o que pode estar correlacionado com colecistite. A confirmação ultrassonográfica da colecistite se deu também pela irregularidade da superfície interna da parede, associada ao seu discreto espessamendo.
descrição e impressões diagnósticas
Vesícula biliar sob moderada repleção por conteúdo luminal anecóico, com moderada quantidade de pontos hiperecóicos flutuantes e presença de uma estrutura oval de 1,23cm, de superfície discretamente irregular, hiperecóica e frmadora de sombra acústica. Parede discretamente espessada com superfície interna discretamente irregular.
Impressões diagnósticas: Colecistolitíase associada a colecistite.
Comentários e curiosidades
Alguns comentários que podemos correlacionar com estes achados:
1) Não há sinais de colestase! A colestase geralmente esta associada a ectasia biliar, que não foi obsevada neste caso (para ler mais sobre colestase e ectasia biliar, clique aqui!).
2) Nem todas as colecistolitíases formam sombra acústica limpa, como os cálculos de colesterol, por exemplo.
3) Colecistolitíase é o nome que damos para a litíase que está localizada dentro da vesícula biliar. Se a litíase migrou ou está sendo observada em alguma porção do ducto biliar, o nome correto é coledocolitíase. Se você tem dúvidas sobre essas nomenclaturas, clique aqui!
4) Algumas veses observamos sensibilidade dolorosa do paciente durante a varredura da vesícula biliar e do ducto biliar e, podemos comentar isso em nosso laudo/relatório.
5) É possível que haja reatividade de tecidos moles adjacentes, se houver, é necessário descrever!
6) A ÚNICA vez que peguei uma rotura de vesícula biliar foi secundária a presença de colecistolitíases!
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