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hérnia X eventração

Tá aí um diagnóstico legal de se fazer: hérnias!!!

Quando chega uma requisição de exame com essa suspeita clínica, já sabemos que pode ser um diagnóstico bem bacana, às vezes desafiador. Outras vezes, podemos observaR alterações complicantes resultantes dessa condição. Então vamos falar um pouco sobre hérnias e eventrações


no dia-a-dia...

...é comum que haja uma confusão sobre o uso dos termos específicos, uma vez que a grande maioria da população (leiga e técnica) resume ambas as condições como hérnias. Porém, como portadores do conhecimento, nós como médicos veterinários devemos tentar usar os termos corretos sempre que possível. E para diferenciar os termos, precisamos saber o que cada um significa. Vamos explicar e dar exemplos?


as hérnias

Ocorrem quando algum órgão ou estrutura (como mesentério, tecido adiposo) protui (ou seja, se desloca) de seu compartimento de origem para compartimentos adjacentes através de um forame/canal natural, que já existe fisiológicamente em nossos pacientes. Na rotina da ultrassonografia abdominal as hérnias mais comuns são as inguinais e as umbilicais.

O que acontece é que as vezes o forame umbilical e inguinal possuem certa fragilidade e a parede abdominal contém uma descontinuidade, e sendo assim alguns conteúdos abdominais (tecido adiposo, mesentério, segmentos intestinais útero, etc) se deslocam para a região/tecido subcutâneo adjacente.

Uma hérnia pouco comum (identifiquei apenas uma vez) ocorre quando alguma porção ou lobo hepático protui para a cavidade torácica através do forame diafragmático da veia cava. Nesse caso temos uma hérnia hepática pelo forame diafragmático da veia cava.



as eventrações

Possuem achados ultrassonográficos semelhantes aos das hérnias: um tecido, órgão ou estrutura protui/se desloca para um compartimento adjacente ao de sua origem, mas ao invés de ser por uma passagem natural do organismo, é por uma passagem adquirida. Os casos mais comuns são as eventrações incisionais (ou também chamadas de laparoceles, quando algum tecido passa pela abertura de uma incisão cirúrgica que se abriu pela fragilidade da musculatura cicatrizada ou que não cicatrizou), eventração traumática (a parede abdominal ou torácica se romeu por um trauma), a eventração perianal e a ruptura diafragmática (sim seguidougs, o correto não é hérnia diafragmática, uma vez que quando ocorre um trauma e o diafragma se rompe, as estruturas abdominais se deslocam para o tórax através de uma passagem adquirida, traumática no diafragma).


a descrição ultrassonográfica

De ambas é relativamente semelhante. Na minha descrição, acho importante conter:

O local (e se possível o tamanho) da descontinuidade;

A estrutura que esta se deslocando;

Para onde está se deslocando / região;

A redutibilidade (fluxo herniário) durante a compressão da varredura;

Características complementares (se houver).


Descontinuidade de Xcm da musculatura da parede abdominal em região inguinal esquerda, com deslocamento irredutível (à varredura) de segmento intestinal para o espaço subcutâneo adjacente. O segmento intestinal deslocado apresenta discreta quantidade de conteúdo luminal de aspecto alimentar e gasoso, parede normoespessa com estratificação parietal e peristaltismo preservados - imagem compatível com hérnia inguinal esquerda.


Descontinuidade de 1,2cm da musculatura da parede abdominal ventral em região umbilical, com deslocamento parcialmente redutível (à manobra de compressão) de tecidos moles intra-abdominais (mesentério) para o espaço subcutâneo adjacente - imagem compatível com hérnia umbilical.


no vídeo acima utilizei as dicas deste post, para a realização de imagens de estruturas superficiais, como nódulos e hérnias

Descontinuidade de Xcm da musculatura da parede abdominal em região inguinal esquerda, com deslocamento irredutível (à varredura) de segmento intestinal para o espaço subcutâneo adjacente. O segmento intestinal deslocado apresenta moderada quantidade de conteúdo luminal fluido, parede normoespessa com estratificação parietal preservada e ausência de peristaltismo, associado a acentuada reatividade de tecidos moles adjacentes - imagem compatível com hérnia inguinal esquerda associada a processo inflamatório local (considerar possibilidade de encarceramento).


Nos casos em que os conteúdos deslocados possuem sinais de encarceramento, geralmente a integridade da estrutura está comprometida e o procedimento cirúrgico é um pouco mais complexo.


Algumas vezes, com a pressão que fazemos com o transdutor durante a varredura é suficiente para que o conteúdo deslocado voltar para a cavidade, neste caso colocamos "deslocamento redutível/parcialmente redutível" à compressão.


Uma dica que eu sempre dou é de que tenhamos um protocolo de varredura abdominal (já falamos de protocolo de varredura abdominal neste post). No caso das hérnias, o protocolo pode ser mudado, uma vez que se deixarmos a região herniada/eventrada para a última avaliação, o conteúdo deslocado pode voltar a sua topografia de origem e podemos perder alguma informação diagnóstica.


Espero que tenham gostado deste conteúdo seguidougs!




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